Deus e eu no sertão

Aqui? Aqui é bom eu viveria aqui... A casa? É boa, tem umas janelas grandes de vidro. A vista da pra um campo, não importa qual delas. A da frente e a dos lados é mato, a dos fundos é um campo de futebol. Barulho? Quase nenhum som antinatural o dia todo. Mas os naturais volta e meia se fazem ouvir.
Aqui perto mora uma família de tetéus, pássaros grandes que costumam enfrentar quem chega perto do ninho deles. Sempre que eles cantam, eu lembro da casa da minha vó e me vem uma certa nostalgia. Eles costumam cantar no final da tarde. Isso tem me ajudado a lembrar a hora da novela.
Depois da novela geralmente eu faço uma sessão domestica. Lavo a louça do almoço e do jantar da noite anterior que sempre tem acumulado, devido a enorme necessidade que minha irmã tem em sempre tomar água num copo diferente a cada vez e nunca lavar um prato ou talher para usar enquanto ainda tiver utensílios limpos na gaveta. A noite também é agradável. Poder dormir sem precisar ligar nenhum aparelho eletrônico me deixa de bem com o bolso da minha irmã e com a natureza. Quanto às manhãs...bom, eu vi poucas manhãs aqui. Com exceção da manhã em que cheguei eu devo ter visto outras duas pela janela do meu quarto. Uma delas era muito bonita, o sol no horizonte e os tetéus sobrevoando as arvores. Já a outra não era feia, mas também não parecia nada amigável. Não se podia ver mais de 5 metros à frente por causa da neblina, encostei minha mão no vidro por um tempinho e meus dedos ficaram roxos. Enfim, nem pensei duas vezes, me cobri e voltei pro quentinho da cama. Hm... não sei se to esquecendo de alguma coisa. Tem os vizinhos, mas não posso falar muito deles, porque não conheci nenhum ainda. E tem a cidade. Mas a cidade eu posso resumir em PEQUENA.